18 dezembro 2007

Somos, mais não temos que ser o produto do nosso passado.

É impressionante como a nossa mente nos torna prisioneiros do nosso passado. Se parar para pensar, todas as decisões que tomamos hoje são baseadas nas nossas experiências do passado. Quando escolhemos o local do jantar, os nossos amigos, quando damos um conselho, quando imaginamos o nosso futuro, até mesmo quando julgamos nossa capacidade, fazemos baseando-se em experiências passadas.

Todos os nossos conceitos sejam eles sobre amor, amizade, trabalho. Todos eles são formados através da “memória associativa”. Que nada mais é do que o encadeamento de tudo que aprendemos com as nossas experiências do passado. Uma mulher que teve uma forte decepção amorosa, pode facilmente ter para si, um conceito de amor diferente de outra que está a 5 anos com a mesma pessoa e feliz da vida. A primeira pode associar amor a decepção, decepção a tristeza, tristeza a mentira, e por aí vai. A segunda pode associar amor a alegria, alegria a companheirismo, companheirismo a felicidade. É assim que a mente funciona para qualquer coisa.

A primeira impressão que temos ao perceber isso é: “- mais isso é obvio como podemos tomar nossas decisões no presente sem consultar o nosso passado?”. Se estiver pensando isso agora faz muito sentido, não podemos tomar as nossas decisões de hoje, sem consultar o passado, mais temos que nos policiar para que as nossas experiências passadas, não se transformem em limitadores para nossa vida. Fazendo-nos deixar de enxergar as infinitas possibilidades que estão ao nosso redor.

A grande verdade é que 99% das pessoas que eu conheço, não percebem o que eu acabei de descrever acima. E por estarem muito presas ao seu passado, quando entram em novas experiências, entram já com um pré-conceito inconsciente. Fecham a mente para possibilidades diferentes das que vivenciou no passado, e se condenam a ser sempre a mesma pessoa. Como diria Lya Luft: “Somos responsáveis, e ao mesmo tempo inocentes pelo que acontece com a nossa vida.”

Quem está lendo esse texto agora? Será que é a mesma pessoa ontem? De um ano atrás? Será a mesma daqui a cinco anos?

Se libertar das correntes do passado é um dos maiores desafios do ser humano. Quando conseguimos fazer isso, encaramos novas experiências com a mente aberta para possibilidades diferentes das que imaginamos possíveis, deixamos de criar expectativas errôneas sobre as pessoas, de querer que elas sejam como nós, paramos de nos limitar a ser hoje apenas o produto das nossas experiências passadas.

Quando nos libertamos dessas pesadas correntes, abrimos a nossa mente para infinitas possibilidades, passamos a ser mais justos, enxergamos as coisas extraordinárias que acontecem ao nosso redor, e como cada pessoa é especial apenas por ser diferente. Tudo passa a ser possível, o que deu errado no passado pode dar certo hoje.

Quando não nos limitamos a ser resultado do que vivemos, resgatamos o nosso espírito de criança, e nos tornamos tudo àquilo que somos capazes de ser. Quebrar essas correntes não é tarefa fácil, mais só existe uma pessoa capaz de nos impedir de ser hoje, o que queremos ser amanhã. Nós mesmos.

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