11 abril 2009

Aquela conversa...




Ela com um sentimento alternado entre medo, insegurança e incerteza, respirou fundo, olhou nos seus olhos e perguntou com uma voz doce e suave.
- Então o que você sente?
Para ele o seu rosto sempre foi um livro aberto. Ele fazia facilmente a leitura da tristeza e do medo que ela tinha da sua resposta não atender as suas expectativas. Ele pegou a sua mão direita com muito cuiadado e colocou sobre a dele, e com uma voz tranquila e sincera respondeu.
- É um sentimento diferente, pois eu ainda não consigo ver com precisão a linha que separa o que você é do que eu imagino que você seja, como agente não se conhece muito bem, eu ainda fantasio muito como você seria ou agiria em certas situações, como seria o seu ponto de vista em relação a certos assuntos, como você me vê, o que eu represento para você, e isso torna tudo muito misterioso. Diante dessa dualidade eu prefiro acreditar no que “eu sinto que você é”, e alimento meus sentimentos em função disso. O que menos importa neste momento é o conceito do que sentimos um pelo outro, com o tempo vamos nos conhecer cada vez mais, e quanto mais isso for acontecendo menos dualidade vai existir na nossa relação e mais forma terá o sentimento que temos um pelo outro, nós daremos forma para ele com as nossas atitudes, as nossas escolhas. A grande idiotice que eu vejo na maioria das pessoas é que elas não conseguem ver o quanto é mágico esse período de descoberta mútua, de crescimento, de amadurecimento para ambas as partes. Muitas pessoas fingem que essa fase não existe, acabam idealizando o parceiro, e depois de um bom tempo, apenas quando começam as brigas, discussões, mentiras, muitas vezes traições, percebem de verdade um ao outro e se decepcionam amargamente. Quero curtir cada momento das nossas descobertas, as inseguranças, incertezas, carências, as risadas, piadas sem graça, olhares, beijos, abraços. Independente do que venhamos a descobrir com a nossa experiência, teremos sempre certeza que fomos sinceros um com o outro. Se essa experiência irá valer apena, só poderemos saber nos arriscando.
- Estou confusa, em certas situações você aparenta ser uma pessoa, depois outra. Gostaria de saber como você é de verdade, más não consigo.
-Bem, eu não sei ao certo que eu aparento ser, mas sei o que eu sou e o que eu gostaria de ser. Na verdade hoje o meu maior desafio é aproximar o abismo que existe entre esses dois pontos. Não sou perfeito, tenho inúmeras limitações e pontos que gostaria de melhorar, sou inseguro quando gostaria de ter autoconfiança, orgulhoso quando gostaria de ser humilde, saboto a mim mesmo deixando de ouvir o meu coração, e de acreditar nos meus sentimentos, nas minhas experiências. Más acredito na verdadeira essência das pessoas, no amor, em Deus, - independente do nome que as pessoas dão para ele - e apesar de às vezes não compreender certas situações ao qual tenho que passar, acredito que nada nessa vida é por acaso e que existe tempo determinado para todo propósito debaixo do céu, principalmente para nossa existência.
Ele respirou e continuou.
- Eu não sei se a pessoa que eu sou é a mesma pessoa que você acha que eu sou, más espero que com o passar do tempo, conforme formos nos conhecendo eu não te decepcione muito. Diante de tudo isso ao menos uma coisa eu posso garantir. Eu sou real, um ser humano como qualquer outro, “único”. De acordo com o dicionário Houaiss, significa o que é raro, excepcional, exclusivo, incomparável, superior, singular, exímio, notável, querido, benquisto. Não só me vejo assim como vejo assim também todas as outras pessoas, inclusive você.

2 comentários:

Sheyle Melo disse...

Que lindo texto...esse meu amigo me mata de orgulho!!!! :)

Tiago Paiva disse...

Vc que me mata de orgulho Sheyle. Beijo grande. Tb adoro você.